intestino é constituído por duas partes: o intestino delgado e o intestino grosso. O delgado (formado pelo duodeno, jejuno e íleo) estende-se do piloro – válvula que separa o estômago do duodeno – até a junção íleocecal, onde começa o intestino grosso, que vai desembocar no reto.
Muita gente se queixa de problemas intestinais. São cólicas intermitentes, gases que provocam distensão do abdômen, crises alternadas de prisão de ventre e diarreia, sensação de que o intestino não foi esvaziado completamente com a evacuação. Esses sintomas são comuns a muitas doenças intestinais. Uma delas é a síndrome do intestino irritável, um distúrbio funcional, sem causa anatômica nem lesões que o justifiquem. Por isso, seu diagnóstico é de fundamental importância para excluir a possibilidade de moléstias graves.
No passado, a síndrome do intestino irritável era atribuída apenas a alterações emocionais. Hoje se sabe que o intestino tem enervação própria e hormônios que regulam sua capacidade de excretar.
O movimento peristáltico caracteriza-se por um conjunto de contrações musculares dos órgãos ocos e tem por finalidade juntar o bolo fecal e fazer uma varredura no intestino, provocando o avanço do conteúdo ali existente. De forma coordenada, ocorrem contrações e relaxamentos sucessivos da musculatura lisa que empurram o bolo fecal para baixo para que seja expelido.
No intestino irritável, essa coordenação está defeituosa e não promove o movimento propulsivo adequado. O esforço que o intestino faz para eliminar o que está retido dentro dele acarreta um estímulo grande em suas paredes e provoca, num primeiro momento, prisão de ventre e, depois, evacuações de fezes fragmentadas, em pedaços, muitas vezes amolecidas, de calibre pequeno pela contração excessiva, assim como alternância das crises de obstipação e diarreia.
O objetivo do tratamento é controlar o movimento do intestino e recuperar sua coordenação motora normal. Isso pode ser conseguido com orientação alimentar e medicamentos.
Alimentos ricos em fibras solúveis e insolúveis favorecem a formação adequada de um único bolo fecal. Na grande maioria das vezes, porém, a pessoa precisa também de medicação para controlar a motilidade fecal, quer seja pela ação de hormônios, quer seja por ação direta na movimentação do intestino. Apenas alguns poucos pacientes necessitam de remédios que rompam o vínculo entre alterações emocionais e funcionamento dos intestinos.
fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/sindrome-do-intestino-irritavel-entrevista/